quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O velho da Coca-Cola e os perus assassinados

Aproveitando que os vossos buchos já estão cheios, contarei uma historinha. Bem ao estilo papai-filhinho-na-coberta, aquelas narrativas que a gente enche a boca pra falar.

Mas não falemos de boca cheia, e sim com muito papo.

O Natal.

Era uma vez o nascimento do menino Jesus, não, correção, o nascimento de uma certa campanha publicitária da Coca-Cola, nos fins do século XIX, que deu origem ao velhinho com longa barba e vestido com cores vermelha e branca, não por acaso. Com algumas tradições papais, já que as festividades são de São Nicholau, que era papa, passou-se a consumir, além da coca, bastante carne branca no período, sacrificando os pobres perus, embora o consumo de porco ainda seja permitido.

E como toda a lenda bíblica, botaram um lema para o bom velhinho, que ele era a vinda da boa nova, dos presentinhos pras crianças e que simbolizava o final do ano conturbado, num frio desalmado (sendo que isso não se aplica ao Brasil, uma vez que nosso fim de ano é quente). A festividade, como colher de sopa, dissolveu os feriados de inverno regionais, como certas feiras de fim-de-inverno na Suécia, Finlândia, enfim, você entendeu o que eu quis dizer, não?

Pois bem. Eu odeio o Natal? Não, quem odeia o natal é o Grinch, aquele monstrengo verde que também odeia crianças e presentes, além de alguns velhos caducos, homens malucos e quem odeia carne de peru, sendo que, para os vegetarianos, o cardápio natalino é variado. Mas por que eu estou cusparando, isso mesmo, cuspindo, essa porrada de verdades meio macabras do Natal? Ora, para relembrar que, antes de mais nada, é um viva ao capitalismo, essa data, mesmo para os comunistas e anarcos mais latentes.

É uma data de materialismos. No entanto, em outro ponto, o "mito" natalino não é materialista. Sim, há uma larga diferença entre o mito e a realidade. É como mortadela e queijo dentro de um sanduíche: estão próximos e até se misturam, em cada dentada. Mas são totalmente distintos, visto o sabor de cada.

Enquanto a compra de presentes enriquece o mercado, junto com as coca-colas, champanhes, vinhos, etc tomados, esse negócio de abraçar os outros é totalmente anti-comercial. Esse espírito de juntar famílias, mesmo aquelas que são um pé no saco, são responsáveis pelo imenso sucesso da comemoração natalina.

Quem sabe, quando os abraços acabarem e a internet dominar os relacionamentos, a quimera do Natal possa, enfim, morrer. Por outro lado, é muito curioso que uma festividade como essa, sem pé nem cabeça, mas com um puta espírito de aproximação, se mantenha viva ano a ano.

Enfim, Feliz Natal atrasado, já que a contra-filosofia manda comemorar as coisas depois que já aconteceram. E não se esqueçam que, embora o mundo esteja em paz, milhares de famílias de perus são assassinadas por essa festividade.

Por isso, coma carne de porco!

3 comentários:

Denis Kei disse...

Jah jogou South Park 64??
era legal matar os perus!!
(certa vez minha mãe perguntou se eu tinha consciencia ambiental....eu perguntei se vendia no mercado livre xD)

Anônimo disse...

"Quem sabe, quando os abraços acabarem e a internet dominar os relacionamentos, a quimera do Natal possa, enfim, morrer. Por outro lado, é muito curioso que uma festividade como essa, sem pé nem cabeça, mas com um puta espírito de aproximação, se mantenha viva ano a ano."

totalmente verdade xDDDDDDDDDDDD

mas aqui, outro clichê do natal é lembrar que muitas famílias não têm o que comer... muita gente também morre no natal...
isso ainda me afeta xD
e não deixa de ser uma historinha que contam também pra você valorizar a sua xD

Lory TV disse...

Ah... eu gosto do natal. Mas gostava mais quando minha avó era viva. Hoje não parece mais uma festa...
Não sei explicar... Mas eu já nao gosto. Poderia passar sem pelos próximos anos sem maiores problemas. O mesmo digo sobre o ano novo.