quinta-feira, 8 de maio de 2008

Me dê um bom motivo pra ouvir outra música

Ok, após tanto tempo deixando o papel no armário, as necessidades de excreção me fazem utilizá-lo no banheiro.

Tópico da vez, música tem sido um assunto recorrente no meu cotidiano universitário (que inclusive diminui minhas notas graças às avaliações injustas) e constantemente dialogada em suas vertentes cada vez mais bizarras. Ora é as pessoas pulando que nem macacos com adrenalina injetada, ora são franjas balançantes e muita EMOção, ora são primatas cabeludos que pensam emanar eletricidade através de suas guitarras enferrujadas, oras são os manos, oras são as putas, ora bolas, é tudo música.

Então você ouve aquela canção, aquela - que faz seu coração pulsar, que revira seus olhos, que remexe seu cérebro, que te faz vascular a wikipédia, que faz as páginas de um livro voarem durante a leitura, que deixa a velhinha do metrô puta da vida, que roda pela 345º vez no seu MP3. Depois dizem que tem nostalgia de 1968? Todos hipócritas. É bem melhor viver no mundo de hoje podendo ouvir música celta de 1678 reproduzida pelo maestro dinamarquês parente de escoceses - tudo isso com qualidade de DVD digital daquele trambolho do seu Home Theater.

De repente, pedem pra você ouvir Chico Buarque, dizem que é a canção-cabeça, o quebra-cabeça da interpretação, a genialidade. Você acha um porre. Não é meu caso, mas eu bocejo quando vou ouvir Gilberto Gil, por exemplo. Assumo que não conheço nem 10%. Certos grupos demoram pra você absorver.

Então você ouve UMA música de uma bandinha que desconhecia, nova ou antiga. Logo baixa a discografia, logo vira um puta de um hipócrita e faz propaganda do dito grupo. Na realidade, você só gosta daquela música que o cativou. Os veículos sonoros são mentirosos, porque não há um texto neles. Mesmo nas letras. O que conta é o calafrio que você sente, não se ela fala de putas ou de santos, se ela te chama de homossexual de um jeito carinhoso - e sonoro - você vai continuar ouvindo, caro espectador.

Ouve-se falar das canções que são a "onda do momento". Mande a onda da música pra puta que a pariu, em plenos pulmões. Ouça seu funk, até mesmo o carioca das favelas, estilo que particularmente não gosto, e fique em paz. Arrisco, nessa postagem difamatória, repleta de lugares-comuns, de palavras prolixas e algumas visões do público-de-fones-de-ouvido, uma filosofia de botequim que, se todos ouvissem apenas o que lhes apetece, não precisaríamos criar uma imagem de "bom ouvinte" musical. Os sons despertam orgasmos bem particulares. Quem não concorda com isso, cuidado, pode ser um frígido dos ouvidos.

Obs: Haja "puta" nesse post!